2005 | Swap
de RUDOLFO QUINTAS, TIAGO DIONÍSIO
e JOÃO COSTA[1]
Maior inspiração
[2]
Com base na intersecção do pensamento em Dança com as Artes Digitais Interactivas é conceptualizada e concebida uma performance de Realidade Aumentada. Através de uma visualização (expandida) dos fluxos de energia que rodeiam e interagem com o corpo, desenvolveu-se uma noção híbrida (cruzamento de indivíduos de espécies distintas) entre espaço exterior e interior ao corpo, assim como o prolongamento radical do gesto.
Aqui, são criadas imagens em tempo-real que reflectem a relação entre o corpo do performer e as milhares de partículas que compõem a imagem projectada.
O espaço visual é híbrido e probabilístico, resultando em animações que alternam entre o imaginário abstracto/figurativo, orgânico/geométrico.
Swap é um desempenho audiovisual, interactivo que aumenta o movimento, para além do que possa ser visto.
Usando o formato de realidade aumentada, intimamente relacionado com a visão por computador, afecta a expressão do corpo, da coreografia, qualidade do gesto e do movimento. O grande objectivo era promover uma linguagem comum à dança e às artes visuais num só momento. A silhueta é capturada em tempo real e o bailarino interage com as partículas existentes no espaço virtual.
“O comportamento e a composição da partícula são modelados em tempo real pela natureza generativa do sistema e pelo movimento do intérprete...”[3]
É projectada uma imagem que resulta de uma composição de gráficos. Estes, são representativos do movimento de um corpo, que não é o do intérprete. Aqui, existe um corpo fundido que resulta da expressão digital dos artistas, do bailarino e do comportamento do próprio sistema.
Swap é um projecto que realça a ideia de um corpo que pode dar forma ao conteúdo. O corpo passa a ser o interface e a memória um novo contexto para com os próprios artistas e o público em geral.
Este projecto evidencia o corpo macro e o corpo em aparente repouso, bem como uma estrutura de composição coreográfica linear, registando um corpo vazio, preenchido, parado, um corpo enquanto fronteira e o vazio. O movimento é prolongado no tempo, mesmo quando o corpo está parado.
Este projecto é dos artistas digitais Rudolfo Quintas, Tiago Dionísio e do coreógrafo João Costa. Ora, coordenar todas estas disciplinas tornou-se complexo, por isso Tiago Dionísio realça a ideia de que cada disciplina tem o seu timing: “Dança é dança e vídeo arte é vídeo arte”. O artista ainda afirma: “Este projecto teve uma desconstrução contextual e referencial até chegar a uma plataforma comum.” É uma peça que necessitou de um conhecimento transdisciplinar de modo a consciencializar um movimento coeso, entre o bailarino e os artistas digitais.
Motivo do Interesse pelo projecto
Este trabalho é provavelmente a melhor representação do que procuro na minha peça interactiva, pois ele incorpora o movimento de um corpo que se liberta, mesmo quando o corpo é
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